Educação para o futuro – por Juliano Bona (Tique taque, tique taque…)
Março 24, 2021
Muitos pais tem me perguntado sobre a segurança de seus filhos no período que passam na escola presencialmente. É quase paradoxal, mas se observarmos os espaços públicos e privados, os mais diferentes locais que circulamos diariamente, a escola, da maneira como os protocolos de segurança estão sendo seguidos, de longe é muito mais segura do que os lugares supracitados. Em muitos aspectos, na limpeza, na exigência de uso de álcool gel, no distanciamento social, na orientação constante com relação ao distanciamento social, no uso de máscara em todos os momentos do período escolar. Diante de uma comparação imediata, podemos, e esta é a resposta que tenho dados aos pais, dizer que sim, a escola é um local seguro para seus filhos em tempos pandêmicos.
Porém, não podemos ser ingênuos. O ambiente escolar é um espaço de interação, onde alunos, professores, gestão e os mais diferentes profissionais que ali atuam estão em constante circulação. Existe o risco de contaminação nas escolas, isto é fato, e os números comprovam este argumento. E é aqui que precisamos firmar alguns pontos. A escola pode se tornar um ambiente de propagação potencial do vírus se as famílias, pais, irmãos, todas as pessoas que diariamente entram em contato com os alunos, não respeitarem as normas sanitárias nos locais de circulação externos. Sem este respeito, é inquestionável que as escolas podem se tornar verdadeiras bombas relógio em virtude do não cuidado dos alunos e de seus responsáveis. A equação é simples: se o respeito às normas for mantido no dia-a-dia e nos locais de circulação externos às escolas, continuaremos relativamente seguros. De outra forma, o tique taque pode acabar, e a explosão será inevitável.
Agora, se me permitem, irei me dirigir diretamente aos pais que chegaram até aqui na leitura desse texto. Se sua família está respeitando as normas, as pessoas que estão ao redor de seu filho ou filha estão tendo os cuidados necessários, sugiro que mande seus filhos para a escola. Em seu interior, posso lhe garantir que os cuidados estão sendo tomados. Todavia, a escola não é uma ilha, estamos sujeitos aos acontecimentos externos. Aumentando a objetividade, se queremos que nossas escolas permaneçam abertas, cada professor, família, alunos, todos que fazem parte dessa comunidade, precisam fazer a sua parte no que se refere aos afazeres que ultrapassam os muros das escolas. Por outro lado, se sua postura é de desrespeito, se frequenta espaços com aglomeração, não usa máscara adequadamente, ou seja, acha que isto é apenas uma “gripezinha”, sugiro que não envie seus filhos às escolas, você estará colocando em risco não apenas os professores, mas toda a comunidade escolar.
O tique taque continua, estamos fazendo nossa parte. Proteger as escolas não depende apenas de nós. Estamos a observar o que está fora. O zero é o limite, é o tempo onde não queremos estar, ou melhor, chegar.
Juliano Bona – Doutor em Educação pela Universidade do Vale do Itajaí – Univali (2020). Atua como professor de matemática na Rede Pública Municipal de Timbó/SC. Tem experiência no Ensino Superior nas seguintes áreas: Educação, Educação Matemática, Cálculo Diferencial e Integral, Geometria e Álgebra Linear. Desenvolve pesquisa na área da Educação, Educação Matemática, Processo de Internacionalização do Currículo (IoC), Estudos Interculturais, Intermatemática e Filosofia da Diferença.