Sebrae divulga resultados da primeira fase do Programa Brasil Mais
Outubro 4, 2021
Estudo aponta que as micro e pequenas empresas que participaram da iniciativa tiveram crescimento médio de 52% na produtividade. O faturamento em relação aos empreendimentos que não aderiram ao programa foi em média de 42% superior
Os dados são referentes ao Ciclo 1 da iniciativa, desenvolvido entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021, após adaptação do Programa Brasil Mais em formato híbrido por conta da pandemia. Com o objetivo de oferecer soluções para melhorar a gestão, inovar processos e reduzir desperdícios por meio de ações rápidas e de baixo custo, a iniciativa do Governo Federal em parceria com o Sebrae e outras entidades ligadas ao desenvolvimento empresarial atendeu no período 8.003 empresas nos estados de Sergipe, Tocantins, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Santa Catarina, nos três segmentos de mercado: indústria, serviço e comércio. Só na região Sul foram 1.557 empreendimentos com o suporte dos Agentes Locais de Inovação (ALI), braço do Sebrae dentro da iniciativa.
De acordo com Aloísio Salomon, especialista do Sebrae Vale do Itajaí e coordenador do projeto ALI na região, os dados só corroboram os princípios da iniciativa. “O Brasil Mais é uma forma de auxiliar os micro, pequenos e médios empresários a aumentarem a sua produtividade e o seu lucro a partir de medidas simples e rápidas, aplicáveis no dia a dia, com soluções ao alcance de todos. Os ganhos que o participante tem são bastante significativos e destacam o negócio no mercado, seja em qualquer setor”, opina.
O balanço do Sebrae aponta que 48% das micro e pequenas empresas integrantes do Brasil Mais tiveram redução de custos. E 20% delas conquistaram melhorias na gestão, além de aumento médio de 52% na produtividade e 18% no faturamento – consequências dessa nova forma de gerir, com base em indicadores e processos de inovação. O comparativo com empresas que não participaram da iniciativa chega a uma diferença média de 42% a mais só de faturamento.
Transformação digital, marketing, administração de dados e metas, processos operacionais e práticas sustentáveis foram alguns diagnósticos do programa. “Esse balanço do Ciclo 1 do Brasil Mais já nos dá um indicativo das outras fases do Programa, ainda mais abrangentes com atendimentos em todo o território nacional. O Ciclo 2, finalizado em junho deste ano, está no início do processo de mensuração dos dados. O ciclo 3 será finalizado agora em outubro e já temos vagas para o Ciclo 4, que será desenvolvido de novembro deste ano até fevereiro de 2022”, explica Aloísio.
O Ciclo 3, que está em andamento, tem 2178 empresários catarinenses participantes. A Fernanda Santos, de Indaial, é uma delas. Proprietária de um mercado de bairro há três anos, ela começou os atendimentos com o ALI em julho e já percebe melhorias no negócio. “Ter um apoiador Sebrae dá muita segurança. O programa veio para somar em algumas áreas que precisavam de acertos e também para validar o que estava dando certo. Percebemos que temos uma base bem estruturada e colunas que precisam de ajustes. Nesse sentido, buscamos ferramentas para aparar as arestas e resolver os problemas. São passos pequenos para promover mudanças, há todo um processo a ser trilhado e tudo norteia para um trabalho certeiro, que vai trazer resultados”, afirma.
Segundo Malvina Ribeiro, Agente Local de Inovação que acompanhou o processo de diagnósticos do mercado da Fernanda, foram trabalhadas mudanças no processo de gestão de pessoas, engajamento dos funcionários e a imagem do estabelecimento, com a quebra do estigma de que mercado de bairro tem preços mais altos que as grandes redes. “Conseguimos implantar a vitrine de Mercado Amigo. Essa talvez tenha sido a ação de maior impacto dentro do diagnóstico empresarial da Fernanda. Trabalhamos a imagem da padaria que funciona dentro do mercado, desenvolvemos panfletos com promoções periódicas e criamos estratégias para alcançar outros estabelecimentos próximos, por exemplo, com facilidades na entrega de produtos”, explica a agente.
Sobre o ALI
O Agentes Locais de Inovação existe há 10 anos e hoje faz parte do Programa Brasil Mais, do Ministério da Economia. A iniciativa é gratuita e possui uma metodologia diferenciada, voltada para tornar o negócio mais competitivo, através da identificação dos pontos de melhorias. Entre os benefícios do Programa estão o crescimento da rede de relacionamentos empresariais, aumento de faturamento e redução de custos através da inovação em produtos, processos, marketing, modelos de negócio, práticas sustentáveis e digitalização, crescimento e fortalecimento da marca. O acompanhamento dos agentes tem duração de quatro meses a cada ciclo do projeto. Para aderir ao ALI, a inscrição pode ser feita através da landing page gov.br/brasilmais.
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Roberta Koki