Pesquisa de universitários brasileiros é indexada ao banco de dados da NASA
Julho 8, 2024
Como reconhecimento ao projeto, os estudantes receberam medalhas do programa Artemis
Um artigo publicado por alunos do curso de Engenharia Civil da Estácio sobre o impacto da radiação em placas solares e os efeitos térmicos na superfície de painéis solares flexíveis, foi indexado à base de dados da National Aeronautics and Space Administration – Nasa. Como reconhecimento ao estudo científico no campo da engenharia, os pesquisadores receberam medalhas do programa Artemis, em Porto Alegre.
Participaram da pesquisa e da elaboração do artigo submetido os estudantes de iniciação científica Rodrigo Krischke, que se formou no final de 2023, e Michele Machado, bolsista CNPq, sob orientação do professor do curso de Engenharia Civil Dr. André Felipe da Silva Guedes, que também é Coordenador de Pesquisa, Extensão e Internacionalização (PEI) da Estácio. O documento está disponível no Astrophysics Data System (ADS), operado pelo Smithsonian Astrophysical Observatory da Nasa.
“Receber a notícia de que o artigo foi indexado à base de dados da NASA, me fez ter a certeza de que estou no caminho certo ao estimular a pesquisa em nível de Iniciação Científica. Compartilhar o conhecimento por meio do artigo e receber este reconhecimento de ser referência da NASA, reforça ainda mais a minha responsabilidade de orientador junto às pesquisas que realizo com os estudantes de Engenharia Civil”, comenta o professor.
Durante a realização do estudo, o até então estudante, Rodrigo Krischke, realizou as análises de espectroscopia – estudo das interações entre a matéria e a radiação -, enquanto a aluna e bolsista CNPq, Michele Machado, fazia as medidas dos parâmetros elétricos. “Não buscávamos este retorno após a pesquisa, mas sabíamos o quanto o resultado obtido é relevante para as agências espaciais e empresas que buscam a exploração espacial. Estamos muito felizes por este reconhecimento”, explana André.
A pesquisa está disponível no repositório de Harvard e é referenciado pela NASA devido ao grau de importância do estudo sobre os efeitos térmicos na superfície de painéis solares flexíveis que são levados ao espaço em espaçonaves e satélites. “A motivação para a escolha do tema da pesquisa foi o uso de fontes de energias renováveis alternativas à
tecnologia planar do Silício, o que nos levou a pesquisar células solares orgânicas flexíveis”, explica André.
Os painéis solares orgânicos flexíveis são uma inovação tecnológica na engenharia, pois podem ser fixados em qualquer superfície, sendo facilmente dobráveis ou retráteis, o que é primordial quando se fala de tecnologia aplicada à construção no espaço, de satélites e de estações espaciais. O professor é líder do Grupo de Pesquisa de Engenharia e Tecnologias Avançadas registrado no diretório de pesquisa do CNPq, cujas linhas de pesquisa englobam áreas de estudo correlatas à engenharia civil e outras áreas afins.
“Minha orientação com os alunos se estende desde a indicação de leitura, treinamento de uso de equipamentos de laboratório, orientação na elaboração de relatórios e na preparação de resumos e participação nas Jornadas de Iniciação Científica. A experiência do aluno é imersiva em estudos científicos, sendo oportunizada a participação em eventos nacionais e internacionais”, destaca.
Para a aluna Michele Machado, o espaço universitário traz muitas oportunidades para que os estudantes se envolvam com as pesquisas acadêmicas e científicas. “Não imaginei que a pesquisa pudesse avançar com grandes propostas e hoje é reconhecida internacionalmente. Isso mostra que cada tijolinho bem colocado pode sim contribuir para grandes projetos”, comenta.
A pesquisa e os resultados obtidos
O objetivo da pesquisa foi o de projetar e desenvolver células solares orgânicas flexíveis para conversão de energia com eficiência de 12%, mensurar os efeitos térmicos da radiação solar na superfície das células solares orgânicas flexíveis e estabelecer o percentual de redução na vida útil. Os principais resultados obtidos indicaram que a inclusão de uma camada de polianilina otimizada, denominada PANI-X1, diminuiu os efeitos da degradação oriunda da exposição solar, o que implicou em uma redução de apenas 15% na vida útil do painel solar orgânico flexível. “Temos expectativa de que a tecnologia desenvolvida nesta pesquisa, além de contribuir para o programa espacial, também venha, num futuro próximo, a ser produzida para fins residenciais e comerciais, incentivando assim o uso de energias renováveis pela população no mundo”, finaliza esperançoso o professor.
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Márcia Oliveira – Jornalista