Pesquisa do Banco da Família aponta impacto da pandemia nos negócios informais

Pesquisa do Banco da Família aponta impacto da pandemia nos negócios informais

Julho 31, 2020 Não Por Redação

 

Foram ouvidas ao todo 220 pessoas. Delas, 70% precisaram recorrer a empréstimos
para manter a renda

Uma pesquisa realizada pelo Banco da Família, instituição de microfinanças referência no País, com sede em Lages (SC), identificou que a pandemia do corona vírus impactou diretamente os negócios informais, reduzindo boa parte das receitas e levando muitos a adaptarem seus negócios ou até a mudarem de ramo. A pesquisa ouviu 220 entrevistados em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul e no Paraná, sendo 97% com atuação no mercado informal.

Das 220 pessoas entrevistadas, 67,6% tiveram perdas significativas de receita. Do percentual de entrevistados que precisou fazer mudanças no negócio, 20% incluíram novos serviços nos seus portfólios. Outros 12% relataram terem perdido a fonte principal de receita. Os demais migraram para outras atividades. A pesquisa também aponta que 70,5% tiveram problemas para manter as contas em dia e que 64,8% não receberam qualquer ajuda do Governo. Entre aqueles que precisaram tomar crédito, 79,8% recorreram ao Banco da Família.

Segundo a presidente do Banco da Família, Isabel Baggio, a pesquisa ajuda a instituição a definir estratégias de atuação. “Tivemos um período muito difícil, principalmente em abril, quando a pandemia trouxe grande retração e incertezas. Mas buscamos nos adaptar e permanecer ao lado dos clientes, oferecendo soluções como a renegociação de débitos. A tecnologia foi uma grande aliada da instituição, porque o trabalho remoto foi essencial para manter a proximidade com os clientes e a atender as demandas urgentes que tivemos nos últimos meses”, diz a empresária.

O modelo de negócio do Banco da Família explica o sucesso desta estratégia. No estilo “porta a porta”, os agentes de crédito da instituição são normalmente recrutados nas próprias comunidades, geralmente com alguma liderança comunitária, e não é incomum que o profissional se torne alguém bastante próximo do núcleo familiar dos clientes. “Quando a pandemia veio, não ficamos parados para entender se a inadimplência iria crescer. Em vez disso, procuramos os clientes para antecipar eventuais dificuldades e criamos um comitê de crise, agora transformado em comitê de retomada, responsável por encontrar as melhores alternativas”, comenta Isabel.

Sobre o Banco da Família

Com mais de 21 anos de atuação, o Banco da Família tem cerca de 20 mil clientes ativos em 128 municípios dos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), já concedeu mais de R$ 886 milhões em crédito em mais de 318 mil operações. Segundo a Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças (Abcred), o Banco da Família é a maior instituição de microfinanças do Sul do país, tendo impactado nessas duas décadas mais de 1,3 milhão de pessoas.-


Márcia Oliveira – Jornalista