Santa Catarina recicla mais de 45 mil toneladas de resíduos de peixes ao ano

Santa Catarina recicla mais de 45 mil toneladas de resíduos de peixes ao ano

Setembro 17, 2020 Não Por Redação

 

 

Restos de pescado são transformados em matéria-prima para produção de ração animal

 

A indústria da pesca representa uma importante parcela da economia catarinense. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural Santa Catarina tem o maior polo pesqueiro do país. Para manter o funcionamento desse setor a indústria de reciclagem animal desempenha papel fundamental. É ela a responsável por dar o destino adequado aos restos de pescados não aproveitados para a alimentação humana. A Agroforte, com sede em Biguaçu, é uma das maiores indústrias do Brasil nesse segmento e processou apenas no último ano aproximadamente 45 mil toneladas de material.

O litoral catarinense corresponde a 7% do total brasileiro com 337 localidades onde a pesca artesanal é realizada. Já a pesca industrial é movida por 700 embarcações gerando cerca de 10 mil empregos, aponta o governo do Estado. É junto dessas indústrias e peixarias que a Agroforte recolhe os restos de peixes dispensados durante o beneficiamento. “As pessoas desconhecem, mas nós consumimos apenas uma parte do peixe que em alguns casos pode não passar de 35%. O restante, que correspondem a partes como vísceras, cabeça, ossos e rabo, são descartados e, se não fosse a atuação da indústria de reciclagem de proteína, teriam os aterros sanitários como destino”, explica José Humberto de Souza, gestor da Agroforte. O despejo desses resíduos encurta o tempo útil dos aterros e pode gerar contaminação. “Imagine diariamente mais de 180 toneladas de resíduos animais sendo jogados fora, esse material decomposto pode contaminar o solo e chegar aos lençóis freáticos. No mais, esses rejeitos tem um enorme potencial para a indústria da reciclagem, não é correto que seja desperdiçado”, pontua.

Na indústria de reciclagem animal, esses resíduos são processados e transformados em óleo e farinha. Essa matéria prima rica em ácidos graxos e nutrientes é ideal para a fabricação de ração animal, sendo comercializada nacionalmente e também para países do Mercosul e Ásia.


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