Como a alimentação pode ajudar a combater os distúrbios do sono
Junho 29, 2020Nutricionista fala da relação entre o que você come e a qualidade do seu sono
O levantamento mais recente feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o assunto é de 2019, e indica que distúrbios do sono afetam 40% dos brasileiros e 45% da população mundial. Não há estudos do impacto da pandemia do coronavírus sobre a qualidade das noites dos brasileiros. Mas é fato que a mudança abrupta na rotina exige certos cuidados para preservar a saúde e o descanso.
Coordenadora do curso de Nutrição da Estácio – São José, a nutricionista Patrícia Acioly, alerta para a importância da atenção à dieta. Ela observa que o horário de sono e da alimentação estão sempre relacionados por se tratarem de necessidades fisiológicas, hábitos essenciais. “A primeira precaução é observar como nosso corpo se comporta. Ver se o sono tem tido qualidade. Pois é comum imaginar que a qualidade do sono está ligada à quantidade. Mas não funciona bem assim, pois uma pessoa que dormiu oito horas um sono superficial ou fragmentado irá sentir os efeitos físicos de uma noite sem o devido descanso”.
A nutricionista explica que alimentos ricos em triptofano (queijos brancos, kiwi, nozes, amêndoas, leite de arroz e mel) favorecem a produção de melatonina no organismo, que além de regular o sono é antioxidante, possui efeitos neuroprotetores, efeitos anti-inflamatórios, melhora o sistema imune, entre outros, além de ajudar a produzir a serotonina, induzindo à calma e sonolência. Ainda segundo Patrícia, alimentos ricos em ômega-3 e vitamina D também são fundamentais para a produção de serotonina, e auxiliam no combate a insônia.
Por outro lado, é necessário abrir mão da cafeína e dos alimentos ricos em açúcares refinados, principalmente após as 16h.
Higiene do Sono
Além dos cuidados com a alimentação que devem ocorrer durante todo o dia, Patrícia chama a atenção para a necessidade da realização da higiene do sono. “O indivíduo deve evitar grandes refeições antes de deitar. O ideal é que a pessoa coma no mínimo duas horas antes do horário habitual de dormir, evitar a ingestão de cafeína e substâncias alcoólicas, o excesso de luz e barulho e o contato com objetos eletrônicos. Seguindo essas dicas é possível sim melhorar a qualidade do sono e ter o devido descanso”, diz Patrícia.
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Márcia Oliveira – Jornalista