Coronavírus em SC: taxa de óbitos entre idosos não vacinados ou com vacinação incompleta é 47 vezes maior

Coronavírus em SC: taxa de óbitos entre idosos não vacinados ou com vacinação incompleta é 47 vezes maior

Fevereiro 2, 2022 Não Por Redação

 

 

Um estudo realizado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) com dados de novembro de 2021 a janeiro de 2022 aponta que o risco de hospitalização e morte é maior entre pessoas não vacinadas ou que estão com a vacinação incompleta quando comparadas àquelas que receberam o reforço. Durante o período ocorreram 871 mortes por Covid-19.

A taxa de óbitos por Covid-19 em idosos não vacinados ou com vacinação incompleta foi 47 vezes maior do que naqueles que receberam a dose de reforço. No período do estudo, a taxa na população acima de 60 anos que ainda não se vacinou ou se encontra com a vacinação incompleta foi de 836,4 óbitos por 100 mil pessoas vacinadas. Entretanto, quando se observa a taxa de óbitos entre os idosos que completaram o esquema e receberam a dose de reforço, a taxa de óbito cai para 17,7 óbitos por 100 mil pessoas imunizadas.

Já em relação aos adultos (18 a 59 anos), a taxa de mortalidade entre os não vacinados ou com vacinação incompleta foi 39 vezes maior do que naqueles que receberam a dose de reforço. A taxa de óbitos é de 27,3 óbitos por 100 mil pessoas entre os que não têm o reforço, contra 0,7 óbitos por 100 mil pessoas entre aqueles com esquema vacinal completo mais a dose de reforço.

:: Veja aqui os gráficos do estudo.

“Nós temos vacinas em número suficiente para atender a toda a população catarinense. Nós precisamos vacinar e todos precisam ter ciência de que essa é a melhor forma para sairmos dessa pandemia. Quando olhamos para os pacientes que estão evoluindo de forma grave com o coronavírus, observamos que a maioria possui um esquema vacinal incompleto e neste sentido é imprescindível que a população busque a dose de reforço e que os municípios facilitem o acesso a vacina ampliando e flexibilizando os horários de atendimento”, afirma o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro.

Em Santa Catarina, 1.110.860 idosos com 60 anos completaram o esquema primário de duas doses. No entanto, apenas 651.489 idosos receberam a dose de reforço, o que representa pouco mais de 59% de cobertura para esta população. São cerca de 459 mil idosos atrasados para receber a dose de reforço. O resultado dessa baixa cobertura tem se refletido nos últimos dias no aumento da taxa de ocupação de leitos hospitalares e de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) respiratória em todo o estado, ocasionando também no aumento da mortalidade nesse grupo.

“Os dados demonstram a importância da dose de reforço para se garantir uma proteção mais ampla contra formas graves da Covid-19, reduzindo hospitalizações e mortes principalmente na população acima de 60 anos, mas também na população de 18 a 59 anos, num contexto de alta transmissibilidade promovida pela variante Ômicron”, explica o superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário.

Internações

Nos casos de hospitalização, no período do estudo foram registradas 2.501 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com confirmação para Covid-19. A taxa de hospitalização em idosos não vacinados ou com vacinação incompleta foi 31 vezes maior do que entre os idosos que já receberam a dose de reforço. Já entre os adultos, a taxa entre os não vacinados ou com vacinação incompleta foi 20 vezes maior.

Boletim epidemiológico

Segundo boletim epidemiológico da Covid-19 divulgado na terça-feira, 1º, houve um aumento de 95% no registro de mortes por Covid-19 em Santa Catarina entre a semana epidemiológica 3 (16 a 22 de janeiro) que registrou 93 óbitos, e a semana epidemiológica 4 (23 a 29 de janeiro), que registrou 181 óbitos. O maior número de óbitos computados nessa semana vem ocorrendo em idosos, principalmente os que ainda não receberam a dose de reforço.

Santa Catarina teve um aumento de 68% nas hospitalizações de SRAG por Covid-19 em relação a última semana de 2021, passando de 221 na semana Epidemiológica 52/2021 (26/12 a 01/01/2022) para 641 na semana epidemiológica 03/2022 (16 a 22/01).

Dose de reforço

Todas as pessoas acima de 18 anos que já completaram quatro meses do esquema vacinal primário de duas doses devem receber o reforço. Para isso, são utilizadas vacinas do laboratório Pfizer, mas também dos laboratórios Janssen e AstraZeneca. De acordo com o diretor da Dive, João Fuck, é preciso haver uma maior mobilização. “Hoje recebemos mais doses do Ministério da Saúde, e com isso esperamos que haja uma maior busca da população para receber as doses de reforço, além de um empenho maior dos municípios no sentido de promover estratégias para sua aplicação”, enfatiza.

Dados do levantamento

O estudo aponta que, em Santa Catarina, no período de 1º de novembro de 2021 a 30 de janeiro de 2022, a taxa de hospitalização por Covid-19 na população acima de 60 anos que ainda não se vacinou ou se encontra com a vacinação incompleta foi de 1.567,8 casos por 100 mil pessoas vacinadas. Entretanto, quando se observa a taxa de hospitalização entre os idosos que completaram o esquema e receberam a dose de reforço, a taxa de hospitalização cai para 50,2 por 100 mil pessoas imunizadas. Isso representa um risco 31 vezes maior nos não completamente vacinados do que nos que receberam o reforço.

Em relação à população adulta (18 a 59 anos), a taxa de hospitalização por Covid-19 foi 20 vezes maior entre a população não vacinada ou com vacinação incompleta (116,0 casos por 100 mil pessoas) quando comparada com a população que completou o esquema vacinal mais a dose de reforço (5,9 casos por 100 mil pessoas).

“As taxas de hospitalização e óbito por Covid-19 utilizada no estudo é calculada por meio do número de hospitalizações e mortes por coronavírus em relação ao status vacinal da população catarinense. É uma medida que informa o quanto uma determinada população não completamente imunizada apresenta risco em relação a uma população devidamente imunizada”, explica Macário.

Foto: Ricardo Wolffenbüttel /Secom


Amanda Mariano
Bruna Matos
Patrícia Pozzo
NUCOM – Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive)
Secretaria de Estado da Saúde