Deficiência auditiva pode estar associada a problemas neurológicos

Deficiência auditiva pode estar associada a problemas neurológicos

Setembro 16, 2020 Não Por Redação

 

 

Neurocirurgiã explica que a deficiência auditiva é um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento de demência

A perda de audição por conta do envelhecimento natural do corpo é completamente normal, principalmente a partir dos 40 anos de idade. A perda auditiva naturalse dá pelo desgaste diário da vida do sistema auditivo, e os sintomas mais comuns são problemas para ouvir vozes suaves e dificuldades para ouvir quando existem ruídos de fundo.

A médica neurocirurgiã, Danielle de Lara, que atua no Hospital Santa Isabel (Blumenau/SC), explica que isto é comum, e a maioria das pessoas terá queda na capacidade de audição na velhice. “Mas, é preciso ficar atento a alguns sintomas que acontecem em conjunto com a perda auditiva, pois podem ser sinais de algo mais grave”, sinaliza a médica.

Um estudo recente feito na Austrália, chamado de “Hearinglossandtheriskofdementia in later life”, mostrou que o risco de demência foi 69% maior em homens idosos com dificuldade auditiva do que naqueles que tinham audição normal.

“O estudo mostra claramente que a deficiência auditiva pode acarretar outros riscos, como a demência. A diminuição dos sons que entram pelos ouvidos e chegam ao cérebro reduzem a capacidade cognitiva do indivíduo, encurtando também as atividades cerebrais, acometendo então, a demência”, explica Danielle.

Outro fator que pode ocasionar perda auditiva são os tumores cerebrais. Danielle explica que, quando a perda auditiva é percebida em apenas um dos ouvidos e vem acompanhada de outros sintomas como dores de cabeça, visão turva, tonturas e dificuldades para falar, é preciso ficar atento e procurar um médico, pois podem ser sintomas de um tumor cerebral.

“É muito importante que as pessoas entendam os sinais que o corpo apresenta e, caso algo esteja fora do comum, é preciso procurar um médico para sanar dúvidas e, se necessário, tratar o problema o quanto antes, aumentando as chances de cura”, ressalta a neurocirurgiã.

Inclusão e respeito
Neste mês de setembro, o calendário da saúde comemora duas datas muito importantes.

No dia 21 de setembro é comemorado o Dia Nacional de Luta da Pessoa Portadora de Deficiência. A data foi criada com o objetivo de conscientizar sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. O preconceito e a inacessibilidade pública também são dois pontos centrais a serem debatidos durante esta data, e que são responsáveis por dificultar a vida dessas pessoas.

Já no dia 30 de setembro é comemorado o Dia Internacional do Surdo. O principal objetivo desta data é promover a reflexão e o debate sobre os direitos e a luta pela inclusão das pessoas surdas na sociedade. Os surdos constituem 3,2% da população, ou seja, aproximadamente 5,8 milhões de brasileiros.

Sobre Danielle de Lara
Médica Neurocirurgiã em atividade na cidade de Blumenau (SC). Atua principalmente na área de cirurgia endoscópica endonasal e cirurgia de hipófise. Dois anos de Research Fellowship no departamento de “MinimallyInvasiveSkull Base Surgery” em “The Ohio StateUniversityMedicalCenter”, Ohio, EUA. Graduada em Medicina pela Universidade Regional de Blumenau. Possui formação em Neurocirurgia pelo serviço de Cirurgia Neurológica do Hospital Santa Isabel.

 


Letiele Paycorich
Presse Comunicação