Educação para o futuro – por Juliano Bona (A RETOMADA…)
Janeiro 20, 2021
No mês de fevereiro de 2021, iremos retomar nossas atividades educacionais no formato presencial, depois de passarmos o ano letivo de 2020, professores, alunos e a comunidade escolar como um todo, distantes do espaço físico das escolas e universidades. Em 2020, com larga exploração analítica observacional na forma de pesquisas ou experiências, as aulas aconteceram de forma remota. Muitas foram as dificuldades enfrentadas, principalmente no que se refere às diferenças sociais que se apresentam em nível nacional e também aqui em nossa cidade. Se observarmos apenas as escolas de nosso município, as diferenças de abordagens pedagógicas adotadas durante a pandemia são abissais.
As variáveis são amplas e, a cada nova verticalização, é possível notar que os problemas, os desafios que o distanciamento social provocou, ou melhor, continuará provocando no desenvolvimento intelectual de nossas crianças e adolescentes. A volta está prevista para fevereiro, como frisamos no início deste texto. O retorno será gradual, espaçado, controlado, vigiado, procurando, na medida do possível, manter as normas exigidas pelos instituições vinculadas à saúde. Tudo regado a muito álcool gel, distanciamento social, uso de máscaras e espaços arejados. As nossas escolas e universidades não serão mais as mesmas. Teremos uma nova organização de um espaço que nunca foi totalmente livre, mas que em muitas situações se mostrava criativo, possibilitando em muitos aspectos a construção do conhecimento de nossos alunos.
A diferença não se dará apenas diante da nova organização exigida pela saúde. Segundo a pesquisa “Juventudes e a pandemia do coronavírus”, uma iniciativa do Conselho Nacional da Juventude, 28% dos estudantes entrevistados pensam em não voltar à escola em 2021. Precisaremos, de alguma forma, retomar os processos relacionais que os alunos e alunas desenvolvem na escola. A dimensão do conhecimento, praticamente inexistente nos protocolos de retorno das atividades, tende a ser uma das grandes oportunidades de resgatarmos as relações que se efetivam no espaço escolar, e que de alguma forma foram enfraquecidas em virtude do distanciamento social. A fratura foi grande, muitas relações de pertencimento foram perdidas. Acredito que seja o momento de resgatar os princípios fundamentais do conhecimento, por meio daquelas perguntas clássicas: para que serve o conhecimento? Qual a importância das relações sociais desenvolvidas nas escolas para o desenvolvimento intelectual, cognitivo, social dos alunos? A resposta destas perguntas, articuladas à retomada dos conceitos vinculados a cada disciplina, podem dar um norte para a difícil tarefa de reconstruir os laços perdidos: laços de amizade, afetos, construção do conhecimento, e tudo que de alguma forma nos torna mais humanos.
Que este ano possa ser um ano de retomada. E que não percamos de vista os laços que se fragilizaram, e que precisam ser novamente criados. Esta retomada, que não se limita à sua organização, acontecerá em um ano de construção: não do que ficou no passado, pois aquela escola já não mais existe. Será um ano de construção que exigirá muita conversa, pensamento, comunicação. A observação será meu guia. A contribuição? Apenas para quem desejar!
Autor: Prof. Dr. Juliano
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Possui Graduação em Matemática pela Fundação Universidade Regional de Blumenau – Furb (2005). Atua na área de ensino fundamental como professor de matemática na Rede Pública Municipal de Timbó. Mestre em Educação pela Fundação Universidade Regional de Blumenau – Furb (2010). Tem experiência no Ensino Superior nas seguintes áreas: Educação, Educação Matemática, Cálculo Diferencial e Integral, Geometria e Álgebra Linear. Doutor em Educação pela Universidade do Vale do Itajaí – Univali (2020). Desenvolve pesquisa na área da Educação, Educação Matemática, Processo de Internacionalização do Currículo (IoC), Estudos Interculturais, Intermatemática e Filosofia da Diferença.