Educação para o futuro – por Juliano Bona (A gestão das novidades)

Educação para o futuro – por Juliano Bona (A gestão das novidades)

Fevereiro 17, 2022 Não Por Redação

 

 

Quando nos deparamos com a palavra gestão, muitas vezes pensamos em uma dinâmica de ações que facilitem o funcionamento, a vida de um determinado grupo, grande ou pequeno, vinculado ao trabalho ou situado em um contexto menos institucionalizado. O fato, é que o vigor de uma pessoa, ou um conjunto de pessoas que pertencem a gestão, não depende apenas da organização do grupo, ou seja, aqueles que pertencem aos núcleos decisórios e os que estão fora dele. Na educação, por exemplo, temos um conjunto de estruturas que definem estas organizações. Nas escolas temos a figura do diretor ou diretora, vice-diretor, vice-diretora, coordenação pedagógica, que pertencem ao núcleo decisório. São estas pessoas ligadas a gestão que são responsáveis pela organização de forma ampla do funcionamento dos espaços educacionais, dos professores e demais funcionários.

               Porém, e este é o ponto, esta estrutura organizacional, a definição de quem está dentro e fora dos núcleos de gestão, não são suficientes para definirmos o que significa estar na gestão. Nesse sentido, podemos inverter a análise e imaginar as proposições, as ideias que a referida gestão por intencionalidade se caracteriza, constrói sua identidade. Podemos imaginar dois contextos diferentes. A gestão pode se caracterizar como um conjunto de propostas que preconiza a preservação do status quo. Não se trata de valoração, positiva ou negativa desses movimentos, todavia, nesse tipo de gestão as energias são todas direcionadas para a manutenção do que já existe. Em outra direção, temos a gestão que se move e procura constantemente promover as manutenções do que já existe, porém, e ao mesmo tempo, pensa na gestão das novidades.

               A gestão do novo não nega a história do que foi construído e se objetiva na organização que se observa nos espaços educacionais.  Muito pelo contrário, a manutenção das experiências de sucesso faz parte do escopo de atuação deste tipo de gestão. Doravante, é na procura das mudanças, do aperfeiçoamento dos processos, no cultivo da criatividade e inovação que a gestão das novidades se caracteriza. Inovação, diferença, comprometimento com as transformações da sociedade em nosso momento histórico. É o que está no centro de uma gestão que não se caracteriza apenas pelas estruturas das organizações institucionais, mas sim, pela capacidade de perceber as transformações observáveis, para que posteriormente, possamos pensar em estratégias, na gestão do que já existe e nas novidades que exigem prudência, estratégia, consciência de execução.

 


Juliano Bona – Doutor em Educação pela Universidade do Vale do Itajaí – Univali (2020). Professor de matemática, atua na equipe gestora na Rede Pública Municipal de Timbó/SC – Semed. Tem experiência no Ensino Superior nas seguintes áreas: Educação, Educação Matemática, Cálculo Diferencial e Integral, Geometria e Álgebra Linear. Desenvolve pesquisa na área da Educação, Gestão Educacional, Educação Matemática, Processo de Internacionalização do Currículo (IoC), Estudos Interculturais, Intermatemática e Filosofia da Diferença.