Eleições 2022 – A importância da mulher na política
Julho 27, 2022
Por Simoni Nones
Ex-Prefeita de Doutor Pedrinho
Há exatos 90 anos as mulheres brasileiras conquistaram o direito ao voto, após muita luta. Nove décadas depois, a política brasileira ainda é predominantemente exercida por homens, embora sejamos a maioria dos eleitores. Nos últimos anos criaram-se mecanismos importantes para aumento da participação feminina, como as cotas de candidaturas e na distribuição do fundo eleitoral. A pergunta que se faz é: porque, apesar de todos esses avanços, nós mulheres ainda participamos tão pouco desse universo? E qual seria a contribuição que teríamos a dar, numa participação maior em cargos eletivos?
Confesso que antes de receber o convite para ser candidata a prefeita de Doutor Pedrinho eu não me interessava muito por política. Achava que não era um assunto de pessoas do povo como eu. Meu foco, até então, estava voltado à minha família e ao meu empreendimento, uma farmácia na cidade de Timbó.
Porém, mergulhar nesse meio fez minha visão mudar completamente. Quando assumi aquele novo desafio comecei a entender a importância de saber mais sobre a política, sobre os direitos e deveres do cidadão e acima de tudo, quem são as pessoas que estão à frente de uma gestão. Entendi também o poder da cobrança sobre os governantes.
E vi que como política mulher, tinha sim alguns diferenciais em relação aos homens. Nada melhor ou pior. Mas diferente. Como prefeita sempre usei muito a razão para resolver, com a minha equipe, os problemas cotidianos da cidade. Para buscar verbas em Brasília e em Florianópolis. Mas ser mulher também me dava diferenciais como uma maior sensibilidade para enxergar as coisas de forma diferente. Meu olhar sempre foi mais voltado às pessoas do que para as obras. Valorizei sempre mais o resultado para a vida delas do que o resultado político para mim.
Posso dizer que ser prefeita em uma cidade pequena não foi nada fácil, mas eu aprendi, busquei respostas, encontrei os caminhos. Busquei sem medo, vergonha ou qualquer outro sentimento, bater na porta de quem podia me ajudar ou me orientar. Falei das nossas dores, corri atrás de muitos recursos para o município e jamais cedi à tentação dos atalhos. Iniciei e terminei minha administração com as mãos limpas.
Meu maior prêmio, meu maior ganho na vida pública foi o de ter conseguido ajudar as pessoas. Eu já fazia isso como empreendedora, gerando emprego e renda. Fazia como cidadã, ajudando em programas sociais. Mas o alcance das minhas ações passou a ser muito maior. E senti o prazer que é praticar a política do bem, para o bem das pessoas.
Passei a valorizar ainda mais a participação de todas as mulheres na política de uma forma geral. Como candidatas, como gestoras e como eleitoras. Porque nós não podemos deixar de dar a nossa contribuição. De levar para o mundo público nossa visão de mundo. Uma visão transformadora que poderá mudar o Brasil para melhor, em todas as esferas: nacional, estadual e municipal.
Por isso, mulher, vamos falar de política sim. Vamos conhecer nossos candidatos, analisando o passado e as propostas deles. Você tem, mais do que o direito, o dever de cobrar dos seus governantes aquilo que foi prometido por eles.
A nossa maneira de fazer política só vai mudar se a gente se unir, falar sobre isso e votar com consciência.