Em meio a alerta de chuvas, situação das barragens do Vale volta a ser tema de críticas na Alesc
Outubro 10, 2024
Deputado Napoleão Bernardes demonstrou preocupação com as más condições das estruturas neste período em que há maior risco de cheias
A condição crítica das barragens do Vale do Itajaí voltou a ser pauta na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Nesta quinta-feira, 10, o deputado estadual Napoleão Bernardes (PSD) utilizou a tribuna para expressar sua preocupação com as más condições das estruturas, especialmente diante da previsão de novas chuvas que elevam o risco de cheias na região.
Em sua fala, Napoleão destacou a Barragem de Ituporanga, que está operando com duas das cinco comportas existentes desativadas, o que compromete a segurança e eficiência da estrutura. “O próprio relatório do Estado já define a situação como ‘crítica’, e obras urgentes são imprescindíveis para evitar maiores danos. Precisamos que a proteção seja levada a sério e não empurrada com a barriga”, afirmou.
O parlamentar relembrou os impactos das chuvas no mesmo período de 2023, que resultaram em 209 municípios atingidos, com 195 cidades decretando situação de emergência e outras 14 entrando em estado de calamidade pública, a maioria do Alto e Médio Vale do Itajaí. “Passado um ano dessa tragédia, nenhuma medida significativa foi tomada para melhorar a situação das barragens. Perdemos empregos, empresas, vidas, mas infelizmente nada mudou”, constatou o deputado.
Napoleão também chamou atenção para a Barragem de José Boiteux, maior estrutura de contenção de cheias do Vale do Itajaí, que segue enfrentando problemas. Uma das duas comportas permanece emperrada e, segundo o próprio Governo do Estado admitiu durante as chuvas intensas do ano passado, não recebe revisão há quase uma década.
Além da falta de manutenção das barragens, o parlamentar lamentou o veto do Estado às emendas que destinavam R$ 58 milhões ao orçamento para o combate às enchentes no Vale do Itajaí. Os recursos seriam destinados para ações como a construção de barragens, melhorias das estruturas já existentes e desassoreamento de rios.
Julia Voigt