Encontro virtual aborda importância de um plano de contingência dentro das empresas

Encontro virtual aborda importância de um plano de contingência dentro das empresas

Julho 16, 2020 Não Por Redação

Iniciativa da Associação Empresarial de Gaspar reuniu dezenas de empresários. Advogada e médica especialistas na área trabalhista ressaltaram a necessidade do empregador oferecer informação e estrutura de prevenção aos colaboradores e assim evitar processos judiciais

A sala de reunião virtual esteve cheia durante os 60 minutos de conversa. O bate-papo realizado nesta terça-feira (15) pela Acig para empresários de Gaspar teve como convidadas a advogada Helena Deschamps e a médica Thamy Jacobsen, ambas especialistas na área trabalhista. O assunto girou em torno da importância da empresa ter bem estabelecido um plano de contingência para essa fase de pandemia do coronavírus e fazer com que os colaboradores sigam as regras impostas para o período.

“É de extrema importância que a empresa disponibilize esse tipo de informação aos colaboradores. É necessário ter visível determinações como o modo correto de usar máscaras, ter disponível recipientes de álcool em gel, orientações de distanciamento, principalmente com as marcações no chão, em alguns casos específicos, deixar claro a etiqueta da tosse, do comprimento. Tudo isso gera evidência, inclusive jurídica, de que a empresa está cuidando do seu patrimônio pessoal”, explicou Helena.

Essas medidas têm relevância porque, segundo a advogada, está crescendo o número de casos em que o colaborador tem ingressado na justiça, alegando que contraiu a doença no ambiente de trabalho, e muitas decisões podem ser desfavoráveis às empresas. “Existe um trâmite legal que deve tornar a Covid-19 uma doença ocupacional. Por enquanto ainda não é, mas pode vir a ser. Então o empregador precisa estar precavido de todas as formas para que, se isso ocorrer na sua empresa, ele tenha provas suficientes de que orientou seus funcionários, que ofereceu estrutura de prevenção e que exigiu o cumprimento das medidas”, salientou.

Nesse sentido, as duas profissionais ressaltam que no primeiro sinal de contágio da doença, o colaborador precisa ser afastado imediatamente e que seja submetido ao exame PCR, que é o único que atesta a presença do coronavírus no organismo. A médica Thamy Jacobsen destacou ainda que é considerado surto quando três funcionários do mesmo setor atestam positivo para a Covid-19 – e neste caso, a Vigilância Epidemiológica já pode exigir medidas mais drásticas para manter o funcionamento da empresa. “É uma situação muito delicada, por isso todas as decisões precisam ser sempre pensadas no sentido da prevenção. É melhor afastar um funcionário e conter a transmissão da doença do que daqui a pouco ter que fechar a empresa. E é comum as dúvidas surgirem, então, quando o empregador tem algum tipo de dúvida relacionado a isso, procure orientação profissional especializada que pode fazer a avaliação de cada caso, respaldado pela lei”, comenta Thamy.

Devido ao grande número de participantes e das dúvidas geradas durante a conversa, o presidente da Acig, Nelson Bornhausen, cogitou a possibilidade de um segundo encontro virtual, talvez numa plataforma mais abrangente, para que outros empresários também possam participar. “Foi extremamente esclarecedor. As duas profissionais falaram em uma linguagem bastante didática e clara para que os participantes pudessem compreender a importância das medidas de prevenção ao contágio do coronavírus dentro das empresas tanto por questões de saúde do trabalhador como por questões legais que a disseminação da doença implica dentro dos negócios”, comentou.


Roberta Koki
Jornalista | Trevo Comunicação