Saúde feminina: Empresárias se cuidam menos?
Novembro 30, 2021
De acordo com dados divulgados, cerca de 80% das executivas que procuram auxílio médico apresentam alto nível de estresse.
Segundo pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), até 2030 a tendência é que a participação feminina no mercado de trabalho brasileiro cresça mais que a masculina. Isso se dá pois o sexo feminino é conhecido por realizar diversas funções ao mesmo tempo, seja na vida profissional ou pessoal. Além disso, de acordo com a pesquisa, atualmente mulheres buscam se qualificar mais que os homens, se tornando assim, uma mão de obra mais qualificada.
Contudo, com o aumento das responsabilidades e dedicação ao campo profissionais, muitas empresárias estão deixando a saúde de lado, aponta levantamento feito pela Universidade de Harvard. Cerca de 80% das mulheres que buscam auxílio médico, apresentam grandes níveis de estresse. De acordo com a empresária, sócia-proprietária da Quare Desenvolvimento e especialista em desenvolvimento de líderes e times, Caroline Valle Schrubbe, investir na saúde é essencial. “Líderes e gestores que desenvolvem ações internas que incentivam a qualidade de vida da sua equipe, garantem uma produtividade melhor de todos”, comenta.
“O estresse e a ansiedade estão sendo consideradas a doenças do século, então dar atenção a isso é essencial. Várias empresas fazem campanhas para estimular cuidados com a saúde, o que deveria ser um facilitador para realização de check ups, mas aparentemente estresse e a correria do dia a dia tem feito que uma parte das executivas deixem a saúde em segundo plano”, ressalta.
A especialista comenta que a ideia dessa mulher que consegue fazer tudo ficou romantizada e levada a níveis de perfeição. “Atualmente é mais fácil ver uma mulher cuidando da estética ao invés da saúde e na busca por esse ideal nada saudável, a saúde das mulheres é sacrificada sem o tempo que deveria ser para cuidar de si mesmas. Assim, muitas acabam adoecendo”.
Mulheres à frente dos negócios
Uma pesquisa recente feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que as mulheres trabalham, em média, o dobro de horas semanais que homens. Apesar disso, ainda existem muitas empresas que preferem contratação do sexo oposto. Exemplo disso, é a pesquisa feita pelo Instituto Ipsos em parceria com os jornais Valor Econômico, O Globo, as revistas Época, Marie Claire e a ONG Women in Leadership in LatinAmerica, 52% dos CEOs afirmam que o tema é prioritário, mas somente 26% das empresas que responderam à pesquisa possuem uma área dedicada a igualdade de gênero.
“Há um grande interesse das empresas em exercer a igualdade dentro de suas organizações, porém, é preciso aplicar políticas eficientes e efetivas, para que o interesse saia do papel”, comenta Carolina.
A pesquisa ainda revela que a presença feminina em cargos de liderança nas 150 melhores empresas para se trabalhar no Brasil, evoluiu de 11% para 42%. A especialista em desenvolvimento de lideranças ressalta que ainda há um longo caminho a ser percorrido. “As empresas que estrategicamente investem na liderança feminina, desenvolvem um ambiente corporativo diferenciado, com uma maior diversidade de hábitos e visões”.
Presse Comunicação