Tendência de volta ao presencial reforça necessidade de atenção à ergonomia nos escritórios

Tendência de volta ao presencial reforça necessidade de atenção à ergonomia nos escritórios

Novembro 7, 2024 Não Por Redação

 

 

Regra que exige condições adequadas de trabalho foi atualizada em 2022 e adaptação reduz risco de processos trabalhistas

 

Imagine um call center com computadores antigos, lentos, incapazes de seguir o ritmo ágil de centenas de jovens responsáveis por contatar milhares de pessoas todos os meses e registrar informações de cada atendimento. O Vice-presidente comercial da Salvia Saúde Corporativa, Eduardo Lemes se deparou com esse quadro em uma avaliação do ambiente de trabalho de uma empresa anos atrás. Percebeu, ao avaliar a situação, que os colaboradores da empresa sofriam com a perda de eficiência causada pelas máquinas obsoletas e apresentavam sinais de doenças causadas pelo stress. A atualização de sistemas e a troca de equipamentos foi necessária para restabelecer a qualidade do ambiente de trabalho e melhorar os índices de produtividade e satisfação dos colaboradores.

O caso é ilustrativo da importância de as empresas estarem atentas ao bem-estar do indivíduo no ambiente de trabalho. O momento é estratégico, já que se discute a volta ao trabalho presencial em muitos escritórios que vão ter de estar preparados para atender à atualização da Norma Regulamentadora 17 (NR 17). A norma trata de questões de ergonomia e foi atualizada em dezembro de 2022, sendo uma ferramenta fundamental para garantir o bem-estar dos trabalhadores, evitar acidentes e reduzir o passivo trabalhista, que cresce consideravelmente no Brasil nos últimos anos. Em 2023, foram registrados 3,5 milhões de novos processos no Brasil. No ano anterior haviam sido 3,16 milhões – e 2,8 milhões em 2021.

“As empresas estão retomando gradativamente o trabalho presencial ou híbrido, com presença mais frequente dos funcionários no escritório. Mas agora elas precisam estar adaptadas à NR que foi atualizada há pouco mais de um ano”, diz Lemes. A NR 17 exige que as empresas façam a Análise Ergonômica do Trabalho (AET) e identifiquem riscos ergonômicos, inadequações no ambiente ou situações que possam resultar em doenças ocupacionais. A avaliação deve ser realizada em conformidade com o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), garantindo que as condições de trabalho sejam constantemente analisadas e ajustadas.

Além de cumprir a legislação, a adequação à NR 17 traz benefícios concretos para as empresas, como a redução de acidentes, o aumento da produtividade e, principalmente, a promoção do bem-estar dos trabalhadores. Empresas que investem em ergonomia criam um ambiente mais seguro e eficiente, o que contribui para a retenção de talentos e a melhoria no clima organizacional.

 

Daiana Constantino – All Press