Timboense integra projeto campeão na NASA
Junho 26, 2020Katarine Klitzke, que estuda na Georgia, colhe ótimos resultados da sua dedicação aos estudos
Clarice Graupe Daronco / JMV
TIMBÓ – “Estamos muito felizes em anunciar que o trabalho de equipe: Mission Mars, da Georgia Institute of Technology, em que nossa filha Katarine dedicou seus estudos conquistou três títulos quando da apresentação no Kennedy Space Center”. Com essa frase o empresário timboense, Marcos Ricardo Klitzke, comemora o desempenho nos estudos de sua filha Katarine Klitzke e a conquista do título de campeão da NASA.
Em entrevista à redação do JMV, a jovem estudante explica que o Revolutionary Aerospace Systems Concepts – Academic Linkage (RASC-AL) é uma competição desenvolvida pela NASA nos Estados Unidos visando tanto encontrar jovens talentos como ideias inovadoras de projetos e missões espaciais. “O nosso trabalho conquistou o primeiro lugar geral em nossa categoria (exploração de Marte para missões de curta duração – esta foi a categoria com o maior número de times participando); segundo lugar geral (dentre os 15 projetos apresentados, perdemos apenas para um projeto de design de um Rover lugar o qual já havia sido campeão ano passado) e de equipe mais fashion, este é um prêmio informal que também nos foi dado”.
A jovem estudante aproveita para fazer um breve relato de como tudo começou e como se sente com essas conquistas. “Bem, tudo começou quando um amigo que faz parte do grupo de astronomia de Geórgia Tech me convidou para fazer parte do time da minha universidade no RASC-AL. Este ano a competição contou com cinco diferentes temas, o nosso time, denominando de: Mission for Impermanent Surface Stay to Investigate our Neighbor, Mars (MISSION, Mars), escolheu o desenvolvimento de uma missão espacial para Marte de curta duração (apenas 30 dias na superfície do planeta vermelho)”.
Katarine explica que: “a primeira fase da competição consistiu em enviar um relatório preliminar e um vídeo de dois minutos descrevendo como a missão funcionaria. Para a fase final da competição, de acordo com a jovem, apenas os 15 melhores times dos Estados Unidos foram convocados a participar e o deles foi um dos escolhidos. “Comumente, essa etapa chamada RASC-AL Fórum é presencial no Kennedy Space Center (Centro de Lançamento da NASA), porém devido à Covid-19, pela primeira vez na história a conferência deu-se de forma online. Cada time teve que enviar um relatório mais detalhado sobre o funcionamento, design, órbitas, fatores humanos, custos, massas, e planejamento da missão, o qual foi lido previamente pelos juízes. Durante o fórum tivemos 30 minutos para apresentar nosso projeto e 20 minutos adicionais para respondermos perguntas feitas pelos juízes (da NASA, Space X, Boeing e várias outras companhias parceiras da NASA). Além disso cada time ficou responsável pela criação de um pôster científico o qual serviria para a divulgação da missão”.
Questionamentos
Katerine conta que muitas das ideias apresentadas pela equipe foram questionadas pelos juízes, principalmente por serem ideias inovadoras e que necessitam de bastante desenvolvimento e pesquisa para serem efetivamente usadas. “Como por exemplo o Torpor, um tipo de droga que faz com que os astronautas hibernem, por um tempo determinado por nós para salvar massa, alimentos e proteger os astronautas de possíveis efeitos da radiação. Algumas das nossas inovações estão relacionadas também à possibilidade de reutilização de quase todos os nossos veículos para missões futuras, redução gigantesca de custos de massa em comparação a missões passadas (como as Apollo), utilização de um habitat para a superfície pressurizado que seja “dobrável e expansivo”, uma maior abrangência de áreas explicadas por nosso habitat ser um Rover móvel, além de inovadoras medidas para um maior cuidado na prevenção de riscos para a saúde dos astronautas”.
A apresentação do grupo que a timboense faz parte foi a primeira dentre todos os 15 times, e aconteceu no dia 16 de junho. Já a cerimônia de premiação, por sua vez, ocorreu no dia 18 de junho. “Ficamos muito contentes e satisfeitos com nosso árduo trabalho durante os últimos meses com a vista de nossas três premiações. Um ponto a se destacar aqui também é que minha equipe possui apenas sete membros (eu, Katarine Emanuela Klitzke, Alex Hohmann, Emily Ku, Eleonor Smith, Cat Rose, Antoine Paletta e Kaushik Manchikanti), enquanto a maioria dos outros times, incluindo o vencedor possuíam em média de 35 participantes”, ressalta a jovem ao afirmar que: “enquanto nos preparávamos para a competição, eu dedicava cerca de 10 horas todos os dias apenas a este projeto, sendo que nas últimas semanas essas horas passaram a ser em média 19 por dia”.
Katerine adianta que agora o próximo passo da equipe como campeões da NASA, é apresentar o projeto na ASCEND 2020 em novembro, sendo que esta Conferência é considerada uma das maiores e mais importantes conferências de engenharia aeroespacial e explicação espacial do mundo.